Mal Secreto
Se
a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma,
e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo
o que punge, tudo o que devora
O
coração, no rosto se estampasse;
Se
se pudesse o espírito que chora,
Ver
através da máscara da face,
Quanta
gente, talvez, que inveja agora
Nos
causa, então piedade nos causasse!
Quanta
gente que ri, talvez, consigo
Guarda
um atroz, recôndito inimigo,
Como
invisível chaga cancerosa!
Quanta
gente que ri, talvez existe,
Cuja
ventura única consiste
Em
parecer aos outros venturosa!
Raimundo Correia. Rio de Janeiro:
Agir, 1978.
1. Qual é a temática
do poema?
2. Qual a função morfológica
da palavra se no início da primeira e da segunda estrofe?
3. Seria melhor se as
pessoas mostrassem claramente seus sentimentos? Esclareça sua resposta.
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