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A aliteração

             Este fenômeno da fonética sintática consiste na repetição de uma consoante, na mesma oração ou verso. Excelente exemplo de aliteração popular encontrar em Chico Buarque de Holanda: Pedro Pedreiro P edro p edreiro p enseiro es p erando o trem Manhã p arece, carece de es p erar também Para o bem de quem tem bem de quem não tem vintém P edro p edreiro fica assim p ensando Assim p ensando o tem p o passa E a gente vai ficando p ra trás Es p erando, es p erando, es p erando Es p erando o sol, Es p erando o trem Es p erando aumento desde o ano p assado para o mês que vem             Esse trecho do belíssimo poema de Chico Buarque é fértil, também, na assonância da vogal E, isolada ou em conjunção com a nasal M, como se observa em trem, bem, quem, tem, vintém, tempo, vem, etc.

Monja - Cruz e Sousa

Ó Lua, Lua triste, amargurada, Fantasma de brancuras vaporosas, A tua nívea luz ciliciada Faz murchecer e congelar as rosas. Nas floridas searas ondulosas, Cuja folhagem brilha fosforeada, Passam sombras angélicas, nivosas, Lua, Monja da cela constelada. Filtros dormentes dão aos lagos quietos, Ao mar, ao campo, os sonhos mais secretos, Que vão pelo ar, noctâmbulos, pairando... Então, ó Monja branca dos espaços, Parece que abres para mim os braços, Fria, de joelhos, trémula, rezando...