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Mostrando postagens com o rótulo Língua Portuguesa

Maresia

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                               Não havia espelho na barraca. Nenhum, nem desses pequenos, de bolsa. E eu sentia minhas que minhas pernas cresciam, exibidas no short de bolinha.             A Bete saiu, ainda me perguntou: "Você não vem?" Inventei que ia pentear o cabelo, qualquer bobagem. O que queria mesmo era chorar. A camiseta era larga - tudo bem. O tênis escondia aquele pé redondo, horroroso. E as pernas? O que a gente faz com pernas, se está de short ?             Sempre me falaram que quando a gente não é bonita tem de ser inteligente. É bem mais fácil ser bonita, é verdade: era só olhar a Marinha, ou a Renata - elas podiam ter acabado a aula de Educação Física, elas chegavam debaixo de chuva na escola, tomavam sorvete escorrendo pelo queixo - e continuavam bonitas. Eu? Ah! Três h...

Pluft, o fantasminha

ATO ÚNICO Cenário:             Um sótão. À direita uma janela dando para fora de onde se avista o céu. No meio, encostado à parede do fundo, um baú. Uma cadeira de balanço. Cabides onde se veem, pendurados, velhas roupas e chapéus. Coisas de marinha. Cordas, redes. O retrato velado do capitão Bonança. À esquerda, a entrada do sótão.             Ao abrir o pano, a Senhora Fantasma faz tricô, balançando-se na cadeira, que range compassadamente. Pluft, o fantasminha, brinca com um barco. Depois larga o barco e pega uma velha boneca de pano. Observa-a por algum tempo. PLUFT - Mamãe! MÃE - O que é, Pluft? PLUFT - (Sempre com a boneca de pano) Mamãe, gente existe? MÃE - Claro, Pluft. Claro que gente existe. PLUFT - Mamãe, tenho tanto medo de gente! (Larga a boneca.) MÃE - Bobagem, Pluft. PLUFT - Ontem passou lá embaixo, perto do mar, e eu vi. MÃE - Viu ...

Lar desfeito

Luis Fernando Veríssimo  José e Maria estavam casados há vinte anos e eram muito felizes um com o outro. Tão felizes que um dia, na mesa, a filha mais velha reclamou:             - Vocês nunca brigam?             José e Maria se entreolharam. José respondeu:             - Não, minha filha. Sua mãe e eu não brigamos.             - Nunca brigaram? – quis saber Vítor, o filho do meio.             - Claro que já brigamos, mas sempre fazemos as pazes.             - Na verdade, brigas, mesmo, nunca tivemos. Desentendimentos, como todo mundo. Mas sempre nos demos muito bem...             ...

Uso de X/CH

- Depois de ditongo, normalmente se emprega X .             Exemplos: ameixa, caixa, eixo, faixa, feixe. - Depois de sílaba inicial en - emprega-se X.             Exemplos: enxame, enxoval, enxada, enxaqueca. Lembrete: os verbos encher , encharcar e derivados escrevem-se com CH . - Depois da sílaba me - emprega X.             Exemplos: mexer, mexilhão, mexicano, mexerico, mexerica. Lembrete: mecha e derivados escrevem-se com CH. - Palavras de origem indígena e africana são grafadas com X.             Exemplos: xangô, xará, xavante, xingar, xique-xique. - Palavras do inglês aportuguesadas trocam o SH original por X.             Exemplos: xampu (de shampoo), xerife (de sheriff...