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Mosaico: o luxo e a suntuosidade em pedras coloridas

            O mosaico consiste na colocação, lado a lado, de pequenos pedaços de pedras de cores diferentes sobre uma superfície de gesso ou argamassa. Essas pedrinhas coloridas são dispostas de acordo com um desenho previamente determinado. A seguir, a superfície recebe uma solução de cal, areia e óleo que preenche os espaços vazios, aderindo melhor os pedacinhos de pedra. Como resultado obtém-se uma obra semelhante à pintura.                          Os gregos usavam os mosaicos principalmente nos pisos. Já os romanos utilizavam-nos na decoração, demonstrando grande habilidade na composição de figuras e no uso da cor. Na América os povos pré-colombianos, principalmente os maias e o astecas, chegaram a criar belíssimos murais com pedacinhos de quartzo, jade e outros materiais.       ...

Ismael Nery

             Ismael Nery nasceu em Belém, Pará, em 1900. Ainda pequeno, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde tudo começou: seus primeiros desenhos, a ousadia na forma de pintar e também seus conflitos.             Entre esses conflitos, estava a Escola Nacional de Artes. Ele passou por momentos contraditórios na vida e na arte, o que acabou lhe rendendo o título de “rebelde”, “louco” ou de “o pintor maldito da fase inicial do nosso Modernismo”.             Buscando encontrar uma estética que expressasse seu modo de ver e sentir o mundo, viajou para a Europa, onde experimentou tendências, como a do Expressionismo, do Cubismo, Miró e, especialmente, pelas de Chagall. Apesar da influência deste último em seus trabalhos iniciais, criou novos caminhos e opções para a arte.             Po...

LaLa Goulue Entrando no Moulin Rouge (1892)

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Lautrec. Óleo sobre cartão – 79,4 cm x 59 cm The Museum of Modern Art. Nova York, Estados Unidos  bronze.ofertou.com Goulue está acompanhada de seu amante, à esquerda, e uma das bailarinas do espetáculo, Nini-Patte-en-l’-Air, figura à direita. Protegiam a diva que aparece no centro, vestida de branco, com um ousado decote e uma fita amarrada ao pescoço, que mais tarde fará moda, tal como o cabelo preso. Seu olhar, inexpressivo, parece se dirigir ao longe. Para acentuar o contraste entre a diva e suas companheiras, Lautrec investe nos tons diversos dos trajes. Ao lado de Jane Avril , a Goulue reinava no Moulin Rouge e, na época em que o artista pintou esta tela, estava no auge de sua carreira. Toulouse-Lautrec a retrata no momento de seu passeio diário pelos arredores do cabaré. As três figuras parecem caminhar em direção ao espectador, deixando para trás, no segundo plano, o perfil de um homem usando cartola e os espelhos do saguão, que refletem as luzes do cabaré. ...

La Moulin da la Galette (1876)

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Renoir. Óleo sobre tela - 175 cm x 131 cm Museu d’ Orsay. Paris, França bronze.ofertou.com Renoir era amante da alegria desse salão parisiense de dança ao ar livre, também presente em outras obras. Nesse quadro, conseguiu transpor para a tela toda a festividade, a cor e o divertimento dos pares rodopiando ao centro. Depois de uma fase dedicada às paisagens, a partir de 1876 o pintor retomou o que também sempre foi uma constante em sua vida: o caloroso interesse pelo humano. Foi nesse período que passou a concentrar-se em retratos de figuras. Com seu prazer pelas reuniões festivas, pintou grupos de amigos e multidões, fazendo um registro das diversões burguesas nas grandes cidades. Com Le Moulin de la Galette, o artista conseguiu mesclar figuras humanas, destacadas individualmente, com o espaço ao ar livre, ensolarado, e uma atmosfera em movimento. Além disso, fez a obra em formato maior do que o seu costume, mantendo-se, no entanto, fiel a um dos princípios do Impression...

O fervor da Belle Époque

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A despeito das guerras, disputas comerciais e epidemias, a belle époque foi, sobretudo, um período em que Paris brilhou como centro do mundo. Se havia algo importante acontecendo, especialmente relacionado às artes. A capital francesa seria seu palco e, muitas vezes, seu berço. Em 1870, porém, na tentativa de barrar o expressionismo alemão, o imperador da França, Napoleão III, iniciou a disputa contra a Prússia. Renoir, convocado para a batalha, jamais poderia imaginar que o conflito franco-prussiano seria uma das principais causas, que 45 anos depois, da Primeira Guerra Mundial. Nessa época, a Europa vivia o período de conquistas, ligando pequenas ou grandes distâncias por meio do telefone, percursos que diminuíram ainda mais com a chegada dos automóveis. O entusiasmo tomava conta dos salões, dos bailes e das ruas, e os cenários cultural e politico estavam em efervescência. Floresciam as vanguardas artísticas e os movimentos socialistas organizados. O estilo art nouveau , cara...

O pintor da burguesia

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A Mulher de Azul Lendo uma Carta (c.1662) Apesar da importância de suas pinturas, a vida de Vermeer é pouco conhecida. Assim, o quadro O Estúdio do Artista é bem representativo, uma vez que a enigmática figura de costas, como vemos no detalhe da foto acima, pode sugerir ser o próprio pintor ou uma homenagem aos artistas em geral. Vermeer mantinha um vínculo estreito com o pintor Bramer. Foi graças a ele que Vermeer conseguiu autorização de Maria Thins para se casar com Catharina Bolnes, em 1963. Thins, a sogra, não aceitava o matrimônio, uma vez que o pintor era calvinista, e a noiva católica. Depois de casados, os jovens se mudaram para a casa de Thins, que tinha uma situação econômica excelente. A família foi abençoada com quinze filhos, dos quais onze sobreviveram. E, nesse ponto, a ajuda da avó materna foi fundamental. Embora Vermeer fosse conhecido como pintor, sua obra não era valorizada; além disso, ele produzia a passos lentos: levava até seis meses para terminar uma te...

A rendeira (1665-1668)

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Vermeer. Óleo sobre tela - 24 cm x 21 cm Museu do Louvre. Paris, França         Por mais simples que pareça as cenas de Vermeer, há sempre um ensinamento moral a ser apreendido, seja por meio do exemplo positivo, seja por meio do negativo. Segundo os princípios protestantes, a mulher devia levar uma vida dedicada ao trabalho no lar e à família. Neste casso, a protagonista está bordando, totalmente alheia ao mundo exterior. As atividades têxteis eram tarefas exclusivamente femininas, tal como pregavam os provérbios de Salomão (31,32), leitura obrigatória naquela época em que se elogiavam as virtudes da mulher que soubesse tecer e costurar. Nesta tela, a rendeira se mostra totalmente concentrada em seu trabalho, e não olha o espectador, ao contrário do que acontece em outras obras do pintor. A mesa coberta com um tapete escuro, sobre o qual descansa um travesseiro, faz as vezes de barreira e protege a moça dos olhares mal-intencionados: seu mundo interior é ...

A Leiteira (1658-1660)

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Johannes Vermeer (Países Baixos, 1632-1675) Óleo sobre tela – 45,5 cm x 41 cm Rijksmuseum. Amsterdã, Holanda           Este é um dos poucos quadros de Vermeer em que a mulher é apresentada de forma positiva, tal como acontece em A Rendeira (1665-1668). Normalmente, as mulheres que cuidavam dos serviços domésticos eram retratadas como preguiçosas ou bêbedas, mostrando as consequências dos vícios. Já a protagonista desta tela manifesta a simplicidade da mulher virtuosa, apontada também pelos outros elementos que completam a cena. O leite, símbolo de pureza, e os pedaços de pão cortados sobre a mesa, representando Cristo, constituem sinais inequívocos de virtude. O quarto é muito simples, conta apenas com o indispensável. Ao que parece, isso foi realmente intencional. A partir de estudos realizados com raios X, pôde se comprovar que o pintor cobriu um mapa que decorava a parede do fundo da cena. A harmonia que se desprende desta tela se deve à camada...

Neve, Boulevard de Clichy (1886)

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Paul Signac (1863-1935) Óleo sobre tela – 46, 5 cm x 65,5 cm Instituto de Arte de Minneapolis Minneapolis, Estados Unidos             É fato que Signac não aplicou o divisionismo em suas primeiras obras, de conotação principalmente impressionista. Neve, Boulevard de Clichy , porém, é uma das telas do artista que combina os dois estilos. Neve, Boulevard de Clichy era muito familiar para o pintor, já que seu estúdio ficava a poucos metros dali. Como consequência da pintura impressionista en plein air (ao ar livre), a paisagem urbana ganhou importância e, neste caso, Signac pintou a rua logo após uma nevasca. Pode-se observar, porém, que a superfície é inteiramente construída a partir de pontos de cor justapostos, à moda divisionista. Um exemplo é o prédio avermelhado à direita. Para compor a neve branca, o artista investiu em diminutos pontos azuis, ocre, brancos e vermelhos. A figura humana, como se po...

Trocas de influências com Émile Zola

          O grande escritor francês Émile Zola teve forte influência sobre Paul Cézanne desde o início da carreira de pintor, quando o incentivou a se mudar para Paris, a fim de estudar na escola de Belas-Artes. Amigos na infância, pintor e escritor trocaram experiências artísticas. Em 1867, Cézanne se inspirou em dos primeiros escritos de Zola e pintou O Estupro . Em 1886, foi a vez de o escritor se inspirar no amigo e escrever A Obra , cujo personagem Claude Lentier, um artista frustrado que termina se matando diante de sua obra inacabada por não suportar a angústia de um talento não-realizado. Cézanne não gostou da comparação e rompeu definitivamente com Zola, por meio de uma carta breve e seca. Eles haviam se conhecido em 1852, em Aixen-Provence, no prestigioso Collège Bourbon. Bons alunos, Cézanne tinha 13 anos, ao passo que Zola era um pouco mais jovem; costumavam conversar sobre arte, literatura e poesia e, paradoxalmente, Zola se dedicava bastante ao d...

O Circo (1891)

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Georges Seurat (França, 1850-1891) Óleo sobre tela – 187,5 cm x 152,5 cm Museu d’Orsay Paris, França                 Assim como muitos de seus contemporâneos, Seurat também buscou inspiração nas sessões do circo Medrano, cujo resultado é esta belíssima obra. Na época, o circo era um lugar tão visitado pela boêmia parisiense quanto os cafés-concertos. Não é de se estanhar, portanto, que o brilho e o colorido desses circos fossem um dos temas favoritos dos pintores da época. A composição de Seurat é, no entanto, complexa. O pintor dá mais relevância ao aspecto formal do que o tema, que utiliza apenas como pretexto para aplicar a teoria do dinamismo por meio dos opostos: aos atores em movimento febril, voando sobre uma pista circular, opõe-se um público estático, sentado em uma arquibancada. Horizontalmente, o quadro altera listras vermelhas e brancas, permeadas por grandes pontos amarelos e azuis-v...

Paz e Guerra (1629-1630)

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    Peter Paul Rubens Óleo sobre tela – 203,5 cm x 298 cm National Gallery. Londres, Inglaterra.                Considerado um dos gênios da pintura universal, Rubens também se destacou na carreira diplomática, devido a sua ótima formação cultural e inteligência estratégica. Aos 26 anos, o pintor foi enviado à Espanha pelo duque de Mântua e, dali em diante, não pararia mais. Entre 1623 e 1625, tentou negociar a paz com os separatistas ingleses, a pedido da soberana dos Países Baixos, mas fracassou. Em 1628, o pintor foi incumbido de uma nova missão: negociar a paz hispano-inglesa. Em seguida, viajou a Madrid, onde tomou contato com Velásquez e pode reproduzir as obras de Ticiano – seu pintor predileto – que faziam parte da coleção real. Mais tarde, Rubens seguiu para Londres, onde se hospedou por dez meses na corte de Carlos I. Por essa época, as negociações de paz começaram a dar bons ...

Aleijadinho - biografia

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O homem: as viagens

 Carlos Drummond   O homem, bicho da terra tão pequeno   Chateia-se na terra   Lugar de muita miséria e pouca diversão,   Faz um foguete, uma cápsula, um módulo   Toca para a lua   Desce cauteloso na lua   Pisa na lua   Planta bandeirola na lua   Experimenta a lua   Coloniza a lua   Civiliza a lua   Humaniza a lua.     Lua humanizada: tão igual à terra.   O homem chateia-se na lua.   Vamos para marte - ordena a suas máquinas.   Elas obedecem, o homem desce em Marte   Pisa em Marte   Experimenta   Coloniza   Civiliza   Humaniza marte com engenho e arte.   Marte humanizado, que lugar quadrado.   Vamos a outra parte?   Claro - diz o engenho   Sofisticado e dócil.   Vamos a vênus.   O homem põe o pé em Vênus,   Vê o visto - é isto?   Idem   Ide...

Fotografia Conceitual

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Por Arilton Bronze Portão simétrico O voo da bananeira In teclado   In teclado PF O vestido azul Portão simétrico e construções Disquete simétrico Teclado teclado Corner O voo da bananeira

Van Gogh - biografia

Van Gogh (1853-1890) (1853-1890) foi um importante pintor holandês, um dos maiores representantes da pintura pós-impressionista. Vincent Willem Van Gogh (1853-1890) nasceu em Zundert, uma pequena aldeia holandesa. Filho de um pastor calvinista foi uma criança rebelde e insociável. Em 1869 ingressa num internato provinciano. Em 1869 vai para Haia trabalhar com o tio que abriu a sucursal da Galeria Goupil, uma importante empresa que comerciava obras e livros. Depois de três anos é mandado para Bruxelas, onde passa dois anos. Depois vai para Londres, sempre a serviço da galeria. Em 1875, van Gogh consegue sua transferência para Paris, onde julgava poder libertar-se de todas as suas frustrações. Em abril de 1876, após indispor-se com os clientes, é demitido do grupo Goupil. Vai para Inglaterra onde aceita o cargo de professor em escolas primárias de pequenas cidades. Nesse mesmo ano, em dezembro, vai para Etten, onde encontra sua família, mas suas relações fami...