Uma tal de Filomena

Marco Antonio Hailer Aconteceu na cidade com um cidadão decente que se dizia peão e conhecia tudo sobre animais. Tudo era exagero, mas dizem que sentado na sela sobre um cavalo bravo o homem era um rei. O animal esperneava, suava, ficava molhado como se tivesse entrado num rio, mas Zé do Bigode ( esse era o apelido ) serrava os olhos, colocava no bicho, mexia os braços como se fosse um maestro durante um concerto de orquestra e dominava a fera. Depois, cumprimentava sorrindo o povo que aplaudia delirante e sem pressa, descia do lombo do coitado. Era sem sombra de dúvidas o maior domador de cavalos da região. Mas como um dia é da caça e o outro do caçador... Nem sempre o homem vence o desafio da vida. E para o Zé do Bigode foi assim: chegou na cidade um desconhecido que se dizia dono do burro mais feroz do mundo, um burro que nenhum ser vivo conseguia domar. Zé do Bigode não acreditou. Foi conversar com o distinto estranho e aceitou o desafio de montar o tal burro. Fizeram um...