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LIRA XIX

Tomás Antônio Gonzaga (1792) Enquanto pasta, alegre, o manso gado, Minha bela Marília, nos sentemos à sombra deste cedro levantado. Um pouco meditemos na regular beleza, que em tudo quanto vive nos descobre a sábia Natureza. Atende, como aquela vaca preta o novilhinho seu dos mais separa, e o lambe, enquanto chupa a lisa teta. Atende mais, ó cara, como a ruiva cadela suporta que lhe morda o filho o corpo, e salte em cima dela. Repara como, cheia de ternura, entre as asas ao filho essa ave aquenta, como aquela esgravata a terra dura, e os seus assim sustenta; como se encoleriza, e salta sem receio a todo o vulto, que junto deles pisa. Que gosto não terá a esposa amante, quando der ao filhinho o peito brando e refletir então no seu semblante! Quando, Marília, quando disser consigo: “É esta de teu querido pai a mesma barba, a mesma boca e testa.”[...] Que prazer não terão os pais, ao verem com as mães um dos filhos ab...