Postagens

Mostrando postagens com o rótulo liberdade

Triste quem ama, cego quem se fia

Nascemos para amar; a humanidade Vai tarde ou cedo aos laços da ternura. Tu és doce atrativo, ó formosura. Que encanta, que seduz, que persuade: Enleia-se por gosto a liberdade; E depois que a paixão n'alma se apura, Alguns então lhe chamam desventura, Chamam-lhe alguns então felicidade: Que se abisma nas lôbregas tristezas, Qual em suaves júbilos discorre, Com esperanças mil na ideia acesas: Amor ou desfalece, ou pára, ou corre: E, segundo as diversas naturezas. Um porfia, este esquece, aquele morre. BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Poesias.  Seleção, prefácio e notas de Guerreiro Murta.  3. Ed. Lisboa, Sá de Costa, 1956.

O discurso final

             Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.                Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.              O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, ma...

Liberdade

Paul Éluard Nos meus cadernos de escola no banco dela e nas árvores e na areia e na neve escrevo o teu nome   Em todas as folhas lidas nas folhas todas em branco pedra sangue papel cinza escrevo o teu nome Nas imagens todas de ouro e nas armas dos guerreiros nas coroas dos monarcas escrevo o teu nome Nas selvas e nos desertos nos ninhos e nas giestas no eco da minha infância escrevo o teu nome Nas maravilhas das noites no pão branco das manhãs nas estações namoradas escrevo o teu nome   Nos meus farrapos de azul no charco sol bolorento no lago da lua viva escrevo o teu nome Nos campos e no horizonte nas asas dos passarinhos e no moinho das sombras escrevo o teu nome No bafejar das auroras no oceano nos navios e na montanha demente escrevo o teu nome Na espuma fina das nuvens no suor do temporal na chuva espessa apagada escrevo o teu nome Nas formas mais cint...