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Os Cinco Motivos da Rosa - Cecília Meireles

Primeiro Motivo da Rosa Vejo-te em seda e nácar, e tão de orvalho trêmula, que penso ver, efêmera, toda a Beleza em lágrimas por ser bela e ser frágil. Meus olhos te ofereço: espelho para a face que terás, no meu verso, quando, depois que passes, jamais ninguém te esqueça. Então, de seda e nácar, toda de orvalho trêmula, serás eterna. E efêmero o rosto meu, nas lágrimas do teu orvalho... E frágil. Segundo Motivo da Rosa (a Mário de Andrade) Por mais que te celebre, não me escutas, embora em forma e nácar te assemelhes à concha soante, à musical orelha que grava o mar nas íntimas volutas. Deponho-te em cristal, defronte a espelho, sem eco de cisternas ou de grutas... Ausências e cegueiras absolutas ofereces às vespas e às abelhas. e a quem te adora, ó surda e silenciosa, e cega e bela e interminável rosa, que em tempo e aroma e verso te transmutas! Sem terra nem estrelas brilhas, presa a meu sonho, insensível à belez...