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Mostrando postagens de dezembro, 2016

Interjeição

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Capistrano de Abreu

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Cláudio Abramo

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Soneto de carnaval

Distante o meu amor, se me afigura O amor como um patético tormento Pensar nele é morrer de desventura Não pensar é matar meu pensamento. Seu mais doce desejo se amargura Todo o instante perdido é um sofrimento Cada beijo lembrado uma tortura Um ciúme do próprio ciumento. E vivemos partindo, ela de mim E eu dela, enquanto breves vão-se os anos Para a grande partida que há no fim De toda a vida e todo o amor humanos: Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo Que se um fica o outro parte a redimi-lo.                                (Oxford, carnaval de 1939.) MORAES, Vinícius de, Livros de sonetos. São Paulo: companhia das Letras, 1991. 1. Caracterize o amor descrito pelo eu lírico nesse poema, 2. Explique a razão do título “Sonetos de carnaval”.

Mal Secreto

Se a cólera que espuma, a dor que mora N'alma, e destrói cada ilusão que nasce, Tudo o que punge, tudo o que devora O coração, no rosto se estampasse; Se se pudesse o espírito que chora, Ver através da máscara da face, Quanta gente, talvez, que inveja agora Nos causa, então piedade nos causasse! Quanta gente que ri, talvez, consigo Guarda um atroz, recôndito inimigo, Como invisível chaga cancerosa! Quanta gente que ri, talvez existe, Cuja ventura única consiste Em parecer aos outros venturosa! Raimundo Correia. Rio de Janeiro: Agir, 1978. 1. Qual é a temática do poema? 2. Qual a função morfológica da palavra se no início da primeira e da segunda estrofe? 3. Seria melhor se as pessoas mostrassem claramente seus sentimentos? Esclareça sua resposta.

Poema que aconteceu

Nenhum desejo neste domingo nenhum problema nesta vida o mundo parou de repente os homens ficaram calados domingo sem fim nem começo. A mão que escreve este poema não sabe o que está escrevendo mas é possível que se soubesse nem ligasse. ANDRADE, Carlos Drummond de, Sentimento do mundo . São Paulo: Record, 1999. Leia o poema e responda: 1. Segundo o texto, o que daria vida a esse domingo sem nenhuma perspectiva de mudança? 2. Que versos, na segunda estrofe, apresentam conjunções subordinativas? 3. Retire do texto as orações que apresentam conjunções subordinativas.

A Gaiola

E era a gaiola e era a vida era a gaiola e era o muro a cerca e o preconceito e era o filho a família e a aliança e era a grade a filha e era o conceito e era o relógio horário o apontamento e era o estatuto a lei e o mandamento e a tabuleta dizendo é proibido. E era a vida era o mundo e era a gaiola e era a casa o nome e a vestimenta e era o imposto o aluguel a ferramenta e era o orgulho e o coração fechado. E era o amor e o desamor e o medo de magoar e eram os laços e o sinal de não passar. E era a vida era a vida o mundo e a gaiola e era a vida e a vida era a gaiola. Maria do Carmo B. C. de Melo 1. Leia o poema: a) Explique por que o poema se chama “A gaiola”. b) Explique o sentido expresso pela repetição da conjunção coordenativa aditiva e. c) Suponha que não houvesse nenhuma conjunção e no poema. Que sentido essa ausência da conjunção conferiria ao texto? d) Que relação de sentido há no emprego da conjunção e neste verso: “e era...

Complemento nominal

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Predicativo e adjunto adnominal

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Vocabulário 3 - inglês/português

Co-workers = colegas de trabalho Look at = olha para Cut = cortar A work schedule = um horário de trabalho Before = antes, antes de After = depois, depois de Everybody = todos, toda gente If = se Party = festa Trip = viagem (curta) Ways = maneiras Tired = cansado Rivers = rios Sea = mar Nowadays = hoje em dia Another = um outro Pressing = urgente Needed = necessitado Either = ou Near = perto

Com licença poética

  Adélia Prado Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não sou tão feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos - dor não é amargura. Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade da alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou. PRADO, Adélia, Bagagem. São Paulo: Record, 2003.