O pintor da burguesia
A Mulher de Azul Lendo uma Carta (c.1662)
Apesar da importância de suas pinturas, a
vida de Vermeer é pouco conhecida. Assim, o quadro O Estúdio do Artista é bem
representativo, uma vez que a enigmática figura de costas, como vemos no
detalhe da foto acima, pode sugerir ser o próprio pintor ou uma homenagem aos
artistas em geral. Vermeer mantinha um vínculo estreito com o pintor Bramer.
Foi graças a ele que Vermeer conseguiu autorização de Maria Thins para se casar
com Catharina Bolnes, em 1963. Thins, a sogra, não aceitava o matrimônio, uma
vez que o pintor era calvinista, e a noiva católica. Depois de casados, os
jovens se mudaram para a casa de Thins, que tinha uma situação econômica
excelente. A família foi abençoada com quinze filhos, dos quais onze
sobreviveram. E, nesse ponto, a ajuda da avó materna foi fundamental. Embora
Vermeer fosse conhecido como pintor, sua obra não era valorizada; além disso,
ele produzia a passos lentos: levava até seis meses para terminar uma tela. E, depois
de pronta, como já foi dito, nem sempre se destinava ao grande público.
Assim,
Vermeer se dedicava também à venda de antiguidades, uma vez que era responsável
por uma numerosa prole. Seu principal mecenas era Hendrick van Buyten, um
padeiro, cujos registros comprovam que ele pagava cifras baixas pelas telas de
Vermeer. Outro incentivador era o impressor Jacob Dissius, que em 1682 leiloou
dezenove quadros do pintor. Como aconteceu com tantos outros mestres da
pintura, Vermeer passou por grandes problemas econômicos, que, associados à
grave crise do pós-guerra com a França, acabaram por levar sua família à
falência.
Em
profunda depressão, o pintor jamais se recuperou, até morrer, em 1675, deixando
onze filhos aos cuidados de sua mulher e sogra. Para pagar as dívidas deixadas
pelo marido, Catharina Bolnes teve de ceder sua herança e vender a preços
módicos diversas obras do pintor, entre elas
Mulher Pesando Pérolas (1662-1666) e O
Estúdio do Artista (1665-1666).
Poucos
observadores podem escapar à magia das cenas silenciosas de Vermeer. E, se a
obra desse holandês trata dos pequenos assuntos, não carece de mistérios. Ainda
são muitos os historiadores da arte que tentam descobrir as mensagens
escondidas nos gestos e nos objetos que o pintor deixou para a posteridade como
garrafas lançadas ao mar.
Poucos
observadores podem escapar à magia das cenas silenciosas de Vermeer. E, se a
obra desse holandês trata dos pequenos assuntos, não carece de mistérios. Ainda
são muitos os historiadores da arte que tentam descobrir as mensagens
escondidas nos gestos e nos objetos que o pintor deixou para a posteridade como
garrafas lançadas ao mar.
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