A rendeira (1665-1668)

Vermeer. Óleo sobre tela - 24 cm x 21 cm

Museu do Louvre. Paris, França

        Por mais simples que pareça as cenas de Vermeer, há sempre um ensinamento moral a ser apreendido, seja por meio do exemplo positivo, seja por meio do negativo. Segundo os princípios protestantes, a mulher devia levar uma vida dedicada ao trabalho no lar e à família. Neste casso, a protagonista está bordando, totalmente alheia ao mundo exterior. As atividades têxteis eram tarefas exclusivamente femininas, tal como pregavam os provérbios de Salomão (31,32), leitura obrigatória naquela época em que se elogiavam as virtudes da mulher que soubesse tecer e costurar. Nesta tela, a rendeira se mostra totalmente concentrada em seu trabalho, e não olha o espectador, ao contrário do que acontece em outras obras do pintor. A mesa coberta com um tapete escuro, sobre o qual descansa um travesseiro, faz as vezes de barreira e protege a moça dos olhares mal-intencionados: seu mundo interior é o que realmente importa para ela. Para realizar esta magnífica tela, Vermeer usou uma câmera escura fora de foco. Isso permitiu ao pintor diluir os contornos e fundir as cores. Mais tarde, os impressionistas admirariam esta obra pela magistral aplicação da cor.

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