A pintura como ciência



           Pontilhismo, neoimpressionismo, divisionismo. Os críticos não conseguiam chegar a um acordo sobre o melhor termo para definir o estilo da surpreendente obra intitulada, Uma Tarde de Domingo na Ilha da Gande Jatte, apresentada pelo jovem pinto Georges Seurat na oitava mostra impressionista de 1886. A técnica criada por Seurat, que ele mesmo, mais tarde, chamaria de cromoluminarsimo, tentou reconciliar a pintura e a ciência. O resultado no foi apenas fruto de sua inspiração, mas também de um estudo metódico da teoria da óptica e da cor publicadas até então. Entre as obras mais consultadas pelo jovem pintor destacam-se: As Leis do Contraste Simultâneo das Cores e seu Emprego na Arte mediante Círculos de Cor, de Eugène Chevreul; Modern Chromatics, de Odgen Nicholas Rood; além da série de artigos Os Fenômenos da Visão, publicados na revista L’Art. Para ajuda-lo no estudo dessas obras, Seurat contou com o auxílio de seu amigo Charles Henry, diretor da biblioteca de Sorbonne e especialista em matemática e física. Foi assim que o pintor pôde elaborar as próprias teorias, expressas em frases com “O significado da expressão é a mistura óptica de tons e cores” e “A arte é a harmonia, e a harmonia é a analogia dos contrários...”.




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