Divisionismo versus fauvismo



        Henri Matisse, que mais tarde seria o líder do grupo fauvista, conheceu Signac em uma de suas exposições no Salão dos Independentes. Matisse havia tomado contato com as teorias científicas dos neoimpressionistas por meio dos artigos publicados por Signac na revista francesa de arte e literatura La Revue Blanche. Bastante interessado, procurou Signac e se iniciou na arte do pontilhismo, passando uma temporada na casa do pintor em Saint-Tropez. A primeira obra pontilhista de Matisse – Luxo, Calma e Voluptuosidade – veio a público em 1904. Signac percebeu que o amigo havia utilizado o método com total liberdade. Para os adeptos do pontilhismo, os minúsculos pontos são confundidos a distância, mas tornam-se evidentes à medida que o apreciador se aproxima. Às vezes, esses pontos transformam-se em linhas que servem de contorno. Os pontos de cor encontram-se mais separados, e o tema tinha mais importância que nas telas propriamente pontilhistas. Pode-se dizer que, para Matisse, esse tipo de obra era mais um exercício cromático do que o aprendizado de um novo estilo. O mesmo aconteceu com Derain, Dufy e Van Dongen, outros futuros fauvistas. Todos eles ensaiaram a técnica do divisionismo, mas acabaram por abandoná-la. O próprio Signac, com o passar do tempo, também preferiu a pincelada compacta ao ponto.


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