De Mais Ninguém
Marisa
Monte
Compositor:
Marisa Monte/Arnaldo Antunes
Se
ela me deixou, a dor
É
minha só, não é de mais ninguém.
Aos
outros eu devolvo a dó,
Eu
tenho a minha dor.
Se
ela preferiu ficar sozinha,
Ou
já tem um outro bem.
Se
ela me deixou a dor é minha,
A
dor é de quem tem.
É
meu troféu, é o que restou,
É
o que me aquece sem me dar calor
Se
eu não tenho o meu amor,
Eu
tenho a minha dor.
A
sala, o quarto, a casa está vazia,
A
cozinha, o corredor.
Se
nos meus braços ela não se aninha,
A
dor é minha, a dor.
É
o meu lençol, é o cobertor,
É
o que me aquece sem me dar calor.
Se
eu não tenho o meu amor,
Eu
tenho a minha dor [...]
MONTE,
Marisa. Verde anil amarelo cor de rosa e
carvão.
Marisa
Monte. Rio de Janeiro: Monte Criação e Produção Ltda.
1.
Assinale a alternativa em que a característica apresentada não pode ser
observada no texto.
a)
Sentimentalismo
b)
Subjetivismo
c)
Evasão na natureza
d)
Pessimismo
2.
Nas alternativas a seguir, traduziu-se adequadamente a ideia expressa pelos
versos, exceto em
a)
“Aos outros eu devolvo a do” – Rejeição ao sentimento de compaixão dos outros.
b)
“Eu tenho a minha dor” – Expressão do universo íntimo do eu lírico.
c)
“A casa, o quarto, a casa está vazia” – Solidão.
d)
“É o meu troféu, é o que restou” – Reconhecimento do benefício da dor.
3.
Como se coloca o eu lírico diante da mulher?
4.
Você percebe alguma reação do eu lírico ao estado de tristeza em que se
encontra? Justifique sua resposta.
Resolução
1.
= C
2.
= D
3.
= a mulher detém a sorte e a felicidade do eu
lírico. Ele perde sua razão de viver e de se animar quando perde a mulher
amada.
4.
= a resposta esperada é não. O eu lírico, numa
atitude de individualismo exacerbado, lida com sua dor de forma obsessiva. Toma-a
como um lençol, seu cobertor e não demostra desejo de reagir a ela. Ostenta-a
como um troféu que lhe restou da perda da amada.
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