Triste quem ama, cego quem se fia
Nascemos
para amar; a humanidade
Vai
tarde ou cedo aos laços da ternura.
Tu
és doce atrativo, ó formosura.
Que
encanta, que seduz, que persuade:
Enleia-se
por gosto a liberdade;
E
depois que a paixão n'alma se apura,
Alguns
então lhe chamam desventura,
Chamam-lhe
alguns então felicidade:
Que
se abisma nas lôbregas tristezas,
Qual
em suaves júbilos discorre,
Com
esperanças mil na ideia acesas:
Amor
ou desfalece, ou pára, ou corre:
E,
segundo as diversas naturezas.
Um
porfia, este esquece, aquele morre.
BOCAGE,
Manuel Maria Barbosa du. Poesias.
Seleção, prefácio e notas de Guerreiro Murta.
3. Ed. Lisboa, Sá de Costa, 1956.
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