Mote Alheio (Luís Vaz de Camões)
Menina
dos olhos verdes,
Porque
me não vedes?
Voltas
Eles
verdes são,
E têm
por usança
Na cor
esperança,
E nas
obras não.
Vossa
condição
Não é
de olhos verdes,
Porque
me não vedes.
Isenções
a molhos
Que eles
dizem terdes,
Não são
de olhos verdes,
Nem de
verdes olhos.
Sirvo
de geolhos,
E vós
não me credes,
Porque
me não vedes.
Havia
de ser,
Porque
possa vê-los,
Que
huns olhos tão belos
Não se
hão d'esconder:
Mas
fazeis-me crer,
Que já
não são verdes,
Porque
me não vedes.
Verdes
não o são,
No que
alcanço deles;
Verdes
são aqueles
Que esperança
dão.
Se na
condição
Está
serem verdes,
Porque
me não vedes?
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