Poeminha da ciência sem presciência
Eu sou
da geração
Que
mais se boquiabriu
E
esbugalhou os olhos,
Imbecil,
À
florescência
Da
ciência.
Me
maravilhei com a sulfa,
A
vitamina,
O
transistor, o laser
E a
penicilina.
Ante-televisão
Bestei
com a teleobjetiva
A
quarta dimensão
O
quilouóti posto na locomotiva
O relógio
digital
O
computador e a computação
A lente
helicoidal
E a
radiografia,
Babei
com a holografia!
Embora
pró
Sou
também pré-jatopropulsão
O que
me torna preprojatopró,
Termo
que não ocorreria
À minha
vó
Tenho a
vaga impressão
De que
a ciência
Brochará
sua invenção
Quando
morrer o espanto
Da
minha geração
Millôr
Fernandes
Comentários
Postar um comentário