Eu tenho um bugre dentro de mim, tenho... Sinto-o nesta paixão antiga por caçadas, no prazer infantil de andar no mato, na profunda afeição pelas coisas agrestes. Nasci nas matas do rio Doce. “Minha bisavó foi pegada a laço”... Talvez seja por isso que não gosto de arranha-céus, estes jequitibás mortos, sem folhagens no carrascal das cidades. Não gosto de apartamentos onde o ar só entra pelos conta-gotas das janelas; não gosto de asfalto, deixa o solo sem poros, como cicatrizes de queimaduras; nem de estradas eu gosto, lembram cadáveres congelados... Eu tenho um bugre dentro de mim, diluído no meu sangue, tenho... Sinto que ele me arrasta para a fragrância balsâmica das matas, para a música das cachoeiras, para as noites leitosas de luar, para a majestade serena dos grandes rios, para o marulhar constante dos regatos, para o verde dos mares, para o azul dos céus, para o silêncio repousante dos lagos adormecidos... Ainda é ...