Porque atrapalha a comunicação entre os neurônios, as células
do sistema nervoso. Depois de passar pelo intestino alcançar o sangue, o etanol
presente na bebida ativa a produção de substâncias que ampliam a ação dos
neurotransmissores (moléculas que controlam o fluxo de informações entre os
neurônios) responsáveis pelo prazer. “Em pequenas doses, a substância tem um
efeito estimulante. A pessoa fica eufórica e, geralmente, menos inibida”,
afirma Denise De Michelis, psicobióloga da Unifesp. Depois de algumas doses, no
entanto, o efeito da bebida passa ser exatamente o oposto: o beberrão fica
deprimido e começa a perder a coordenação motora e parte dos sentidos. Isso
acontece porque, em concentrações maiores, o álcool interfere na ação de outro
neurotransmissor que controla a entrada e saída de íons (átomos eletrificados)
nos neurônios. Encharcada de etanol, essa substância deixa de controlar a
entrada de íons de cloro nas células nervosas, gerando o efeito depressor. A
capacidade de metabolizar o álcool varia de acordo com uma série de fatores,
como etnia, sexo, idade e peso da pessoa. Mas é sempre um processo lento – um
quarto de litro de cerveja leva duas horas e meia para ser eliminado pelo
organismo. Por isso, a ingestão contínua de grande quantidade de bebida
alcoólica acaba causando embriaguez - que não é senão o conjunto de sintomas de
intoxicação.
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