A arte gótica



            No século XII tem início a uma economia fundamentada no comércio. Isso faz com que o centro da vida social se desloque do campo para as cidades e apareça a burguesia urbana.
            Novamente a cidade é o lugar onde as pessoas se encontram, trocam informações e ampliam contatos. Como vimos, na primitiva Idade Média o centro da vida social estava no campo e eram os mosteiros os locais de desenvolvimento intelectual e artístico. Agora, outra vez, é a cidade que será renovadora dos conhecimentos, da arte e da própria organização social.
            No começo do século XII, a arquitetura predominante ainda é a românica, mas já começam a aparecer as primeiras mudanças que conduzirão a uma revolução profunda na arte de projetar e construir grandes edifícios.
            No século XV, essa nova arquitetura foi chamada desdenhosamente de gótica pelos estudiosos, que a consideravam de aparência tão bárbara que poderia ter sido criada pelos godos, povo que invadiu o Império Romano e destruiu muitas obras da antiga civilização romana. Mais tarde, o nome gótico perdeu seu caráter depreciativo e ficou definitivamente ligado à arquitetura dos arcos ogivais.
             A nova maneira de construir apareceu pela primeira vez na França, na edificação da abadia Saint-Denis, por volta de 1140. A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e uma românica e a fachada. Enquanto de modo geral, a igreja românica apresenta um único portal, a igreja gótica – como Saint-Denis, por exemplo – tem três portais que dão acesso às três naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves laterais.
            Na fachada da abadia de Saint-Denis, os portais laterais eram continuados por altas torres. O portal central tem, acima dos frisos que emolduram o tímpano, uma grande janela, acima da qual há uma outra, redonda, chamada rosácea. A rosácea e um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV.
            Entretanto, a característica mais importante da arquitetura gótica é a abóbada de nervuras; ela difere muito da abóbada de arestas da arquitetura românica, porque deixa visíveis os arcos que formam sua estrutura.

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