A colonização do novo mundo
Os primeiros habitantes da América, divididos em diversos
grupos e distribuídos pelo extenso território, possuíam organizações sociais
que variavam de tribos seminômades até verdadeiros impérios centralizados 1.
Nas terras que hoje consistem o Brasil, destacavam-se as tribos Tupi, Gê e
Aruaque, que, além da caça e da pesca, se dedicavam à agricultura. Calcula-se
que em 15000 havia 2 milhões de nativos 6 em nosso território. Destes restavam
menos de 200 mil, que ainda lutam pela demarcação de suas terras.
No início do século XVI, atraídos pelos lucros do comércio
com as Índias 5, os portugueses limitaram-se ao reconhecimento das regiões
litorâneas, quase exclusivamente para intensificarem a exploração do pau-brasil
através de escambo com os nativos. Em pequeno número, esses lusitanos
estabeleciam-se em feitorias 6 e acabavam por se integrar ao cotidiano
indígena, dependendo das alianças com as tribos locais 2. A presença de rivais
europeus, bem como a tentativa de criar uma alternativa econômica para o
comercio oriental – que em torno de 1530 já mostrava os primeiros sinais de
crise -, levou a Coroa portuguesa a iniciar a colonização da América.
A partir de então, a relação com os indígenas se modificou. A
civilização trazida pelos europeus passou a significar a submissão dos nativos,
a tomada de suas terras e a subordinação de suas culturas originais.
Tornaram-se frequentes os conflitos entre portugueses e índios.
A primeira experiência colonizadora, feita com as capitanias
hereditárias, não garantiu a defesa nem a ocupação desses novos domínios. Desde
cedo, algumas delas, chamadas Capitanias Reais, passaram ao controle direto de
Lisboa, ao contrário das demais, controladas a partir da colônia. Anos depois,
com a criação do Governo-Geral, a Coroa reassumia o comando da colonização, por
meio de um poder centralizado, ao qual foram subordinadas todas as capitanias.
Posteriormente haveria uma nova divisão do território
brasileiro, estabelecendo-se dois governos, um sediado na Bahia e outro no Rio
de Janeiro 3. O Governo-Geral deveria ser a expressão de um poder central forte
que dirigisse a colônia. Na prática, porém, os grandes proprietários de terras
(chamados homens bons) acabaram por controlar a vida colonial, exercendo seu
poder político através das Câmaras Municipais 4.
Flávio Campos e Miriam
Dolhnikoff. Atlas, História do Brasil. 3ª ed. Editora Scipione, 2000.
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