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Mostrando postagens de abril, 2013

A economia na época da Restauração

A segunda metade do século XVII assiste ao fim da hegemonia ibérica. Franceses, ingleses e holandeses, com o estabelecimento de seus próprios impérios coloniais, tornam-se as principais potências de um jogo internacional do qual os ibéricos passaram a ser peças secundárias. O poderio português estava abalado pelas invasões holandesas e pela guerra da Restauração e o comércio com o Oriente declinara drasticamente. Lutando em várias frentes, e diplomaticamente isolado, Portugal recorre à Inglaterra, que dá o seu apoio militar e político ao abatido reino lusitano em troca de alguns domínios e de acordos comerciais vantajosos. Começava assim uma subordinação que avançaria pelos séculos seguintes. Os holandeses expulsos do Nordeste brasileiro em 1654 expandiram a produção de açúcar nas Antilhas, em suas próprias possessões ou em comércios com ingleses e franceses. A produção holandesa, que contava com diversas refinarias, capitais e uma grande rede de redistribuição, acabou por af...

A união ibérica

O jovem rei de Portugal, D. Sebastião, morreu combatendo os árabes no norte da África. Sua derrota em lcácer-Quibir. Em 1578, levou ao trono português o velho Cardeal D. Henrique, que faleceu dois anos depois, também sem deixar descendentes. Abriu-se então uma intensa disputa pela coroa lusitana, vencida afinal do Felipe II, rei da Espanha, da família Habsburgo. A nobreza e a burguesia portuguesa, atraídas pelas riquezas espanholas, apoiaram a nascente União Ibérica. A partir de 1580, toda península estava ligada a uma só Coroa. Um imenso império, que envolvia todos os cincos continentes, passou a traduzir a nova dimensão do poderio ibérico. No entanto, um ano após a união dinástica, já ocorria à primeira perda do império filipino. Parte dos Países Baixos, sob a liderança da Holanda, desligou-se de Madri, capital do império, proclamando a República das Províncias Unidas, uma perda que os espanhóis tentariam reverter, inutilmente, durante anos. Parceiros comerciais de Port...

A civilização do açúcar

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A colonização das terras portuguesas na América exigia a organização de uma economia lucrativa e duradoura. A simples exploração do pau-brasil, apesar de ter se estendido por séculos, não garantia a estabilidade necessária para isso. Assim, o açúcar acabou por se tornar o principal produto da economia colonial até o século XIX, devido inicialmente a diversas condições favoráveis, principalmente no Nordeste, e a uma grande aceitação do produto nos mercados europeus. Em torno da atividade canavieira desenvolveram-se também a pecuária e o fumo 1 . O gado era fundamental para o transporte e servia como força motriz das máquinas dos engenhos. O tabaco tornara-se um produto importante, já que, na África, era trocado por escravos (escambo) 6 . A África, o continente negro, fornecia um tipo de mercadoria especial. Por séculos inúmeras embarcações cruzaram o oceano para abastecer o Novo Mundo com africanos, que, com suas vidas e seu trabalho, garantiram a colonização 3, 4 . A plantatio...

A colonização do novo mundo

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Os primeiros habitantes da América, divididos em diversos grupos e distribuídos pelo extenso território, possuíam organizações sociais que variavam de tribos seminômades até verdadeiros impérios centralizados 1. Nas terras que hoje consistem o Brasil, destacavam-se as tribos Tupi, Gê e Aruaque, que, além da caça e da pesca, se dedicavam à agricultura. Calcula-se que em 15000 havia 2 milhões de nativos 6 em nosso território. Destes restavam menos de 200 mil, que ainda lutam pela demarcação de suas terras. No início do século XVI, atraídos pelos lucros do comércio com as Índias 5, os portugueses limitaram-se ao reconhecimento das regiões litorâneas, quase exclusivamente para intensificarem a exploração do pau-brasil através de escambo com os nativos. Em pequeno número, esses lusitanos estabeleciam-se em feitorias 6 e acabavam por se integrar ao cotidiano indígena, dependendo das alianças com as tribos locais 2. A presença de rivais europeus, bem como a tentativa de criar uma alternat...

A conquista colonial

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No final do século XIV, o conhecimento geográfico dos europeus limitava-se, além de suas próprias terras, ao norte da África e a uma pequena parte da Ásia. Algumas rotas mercantis ligavam as mais distantes regiões asiáticas aos extremos ocidentais da Europa 1. As cidades italianas de Gênova e Veneza haviam se destacado como os principais centros do comércio medieval, mas foram os reinos ibéricos de Espanha e Portugal que primeiramente se dirigiram ao Atlântico, logo após a reconquista de seus territórios aos árabes. Depois de quase um século de expedições à costa africana, os portugueses conseguiram ultrapassar o cabo da Boa Esperança (antigo cabo das Tormentas), com Bartolomeu Dias. Essa bem sucedida empreitada abriu-lhes um novo caminho para as Índias 4. Alguns anos antes, Cristovão Colombo, a serviço dos reis espanhóis e também procurando chegar ao Oriente, atingira as ilhas do Caribe, iniciando a conquista da América. A partir de então, muitos navegadores cruzaram o Atlân...