O coração (cor) é um órgão muscular cavitário com a
forma de um cone truncado, do tamanho aproximado do punho do mesmo indivíduo. Repousa
sobre o diafragma, entre a porção inferior dos dois pulmões, e está encerrado
em uma membrana especial, o pericárdio, ocupando a região topográfica do tórax
conhecida como mediastino médio. Sua
posição em relação à parede toráxica é mostrada em diagrama na figura a seguir.
É coberto ventralmente pelo esterno e partes adjacentes da terceira à sexta
cartilagem costal. O ápice do cone aponta para baixo, para frente e para a
esquerda, estando cerca de dois terços do órgão à esquerda do plano mediano.
1.1 Tamanho
O coração e as válvulas
cardíacas projetadas na parede anterior do tórax, mostrando sua relação com as
costelas, esterno e diafragma (Eycleshymer e Jones).
A parede do coração é composta
de três camadas: uma externa, o epicárdio; uma média, o miocárdio, e uma
interna, o endocárdio. A camada superficial do epicárdio é uma membrana serosa
ou pericárdio visceral. É uma camada única de células mesoteliais escamosas,
repousando em uma lâmina própria de delicado tecido conjuntivo. Entre o
revestimento seroso e o miocárdio há uma camada de denso tecido conjuntivo
fibroelástico. Este último está entremeado com tecido adiposo, que preenche as
fendas e sulcos, dando ao coração um contorno ligeiramente arredondado. Os grandes
vasos sanguíneos e os nervos também estão contidos nesta camada. A cor vermelho-escura
do miocárdio é visível através do epicárdio, exceto onde há acúmulos de
gordura. A quantidade de gordura varia
enormemente: raramente está ausente, exceto em indivíduos emaciados, e pode
encobrir por completo o miocárdio nos indivíduos obesos.
O miocárdio é composto
de camadas e feixes de músculos cardíacos com um mínimo de outros tecidos,
exceto mo que se refere aos vasos sanguíneos.
O endocárdio é o
revestimento interior do coração. Sua camada superficial é composta de células endoteliais
escamosas e é contínua com o revestimento endotelial dos vasos sanguíneos. O tecido
conjuntivo é bastante delgado e transparente sobre as paredes musculares dos ventrículos;
é, porém, espessados nos átrios e nos pontos de inserção das válvulas. Contém pequenos
vasos sanguíneos, partes do sistema especializado de condução, e alguns feixes
de músculo liso.
Embora o coração seja
bastante móvel e independente dos órgãos vizinhos, mantém-se na sua posição
correta dentro do tórax pela continuidade com os grandes vasos sanguíneos e por
um saco membranoso fechado, o pericárdio.
A organização do
aparelho circulatório está mostrada na figura a seguir. No homem, como nos mamíferos,
a circulação consiste de dois sistemas ligados em série: a grande circulação ou
circuito sistêmico, e a pequena circulação ou circuito pulmonar. Da mesma
forma, o coração compõe-se de duas bombas, uma para o pulmão e a outra para o
resto do corpo. O sangue é bombeado pelo coração direito (lado direito do
coração) em direção à artéria pulmonar, passando através dos capilares e veias
pulmonares para ganhar o coração esquerdo (lado esquerdo do coração). O coração
esquerdo expulsa o sangue para a aorta, de onde se escoa pelos ramos arteriais que
o distribuem aos vários órgãos do corpo. Dos capilares destes órgãos, é o sangue
drenado pelas veias, retornando ao coração direito via veias cavas, superior e
inferior. Na sua passagem pelos capilares pulmonares, o sangue ganha o oxigênio
do ar contido nos pulmões e, ao mesmo tempo, livra-se do gás carbônico. Nos capilares
dos outros órgãos, supridos pelo coração esquerdo, o sangue cede oxigênio e
remove gás carbônico dos tecidos.
O fluxo de sangue que
irriga os vários órgãos e tecido depende da quantidade total fornecida pelo
coração a cada minuto (débito cárdico) e da proporção de débito envidada a cada
um deles. A regulação do débito cardíaco, bem como da eventual distribuição do
sangue aos tecidos constituem assim os problemas centrais da fisiologia da circulação.
Comentários
Postar um comentário