Cavador do Infinito - Cruz e Sousa

Com a lâmpada do Sonho desce aflito
e sobe aos mundos mais imponderáveis,
vai abafando as queixas implacáveis,
da alma o profundo e soluçado grito.

Ânsias, Desejos, tudo a fogo escrito
sente, em redor, nos astros inefáveis.
Cava nas fundas eras insondáveis
o cavador do trágico Infinito.

E quanto mais pelo Infinito cava
mais o Infinito se transforma em lava
e o cavador se perde nas distâncias...

Alto levanta a lâmpada do Sonho,
e com seu vulto pálido e tristonho
cava os abismos das eternas ânsias!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Minhas férias - Luis Fernando Veríssimo

No Botequim – Jô Soares

Na escola - Carlos Drummond