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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Minhas férias - Luis Fernando Veríssimo

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        Eu, minha mãe, meu pai, minha irmã (Su) e meu cachorro (Dogman) fomos fazer camping . Meu pai decidiu fazer camping este ano porque disse que estava na hora de a gente conhecer a natureza de perto, já que eu, a minha irmã (Su) e o meu cachorro (Dogman) nascemos em apartamento, e, até os 5 anos de idade, sempre que via um passarinho numa árvore, eu gritava "aquele fugiu!" e corria para avisar um guarda; mas eu acho que meu pai decidiu fazer camping depois que viu o preço dos hotéis, apesar de a minha mãe avisar que, na primeira vez que aparecesse uma cobra, ela voltaria para casa correndo, e a minha irmã (Su) insistir em levar o toca- discos e toda a coleção de discos dela, mesmo o meu pai dizendo que aonde nós íamos não teria corrente elétrica, o que deixou minha irmã (Su) muito irritada, porque, se não tinha corrente elétrica, como ela ia usar o secador de cabelo? Mas eu e o meu cachorro (Dogman) gostamos porque o meu pai disse que nós...

Menino de cidade

            Papai, você deixa eu ter um cabrito no meu sítio?             Deixo.             E porquinho-da-índia? E ariranha? E macaco? E quatro cachorros? E duzentas pombas? E um boi? Um rinoceronte?             Rinoceronte não pode.             Tá bem, mas cavalo pode, não pode?             O sítio é apenas um terreno do Estado do Rio, sem maiores perspectivas imediatas. Mas o garoto precisa acreditar no sítio, como outras pessoas precisam acreditar no céu. O céu dele é exatamente o da festa folclórica, a bicharada toda, e ele, que nasceu no Rio e, de má vontade, vive nessa cidade sem animais.             Aliás, ele m...

Miguel Arraes - biografia

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Jorge Andrade - biografia

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Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Produndissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra! ANJOS, Augusto dos. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro/Belo Horizonte: Livraria Garnier, 1998. p. 56. 1. Assinale a alternativa em que se apresenta um aspecto de que um parnasiano convicto criticaria, ao ler esse poema. a) Organização do texto em forma de soneto. b) Emprego de rimas, inclusive do tipo preciosa. c) Presenças de palavras julgadas antipoéticas. d) Preocupação com a métrica do poema. 2. Estão ...

Longe de tudo

É livres, livres desta vã matéria, longe, nos claros astros peregrinos que havemos de encontrar os dons divinos e a grande paz, a grande paz sidérea.   Cá nesta humana e trágica miséria, nestes surdos abismos assassinos teremos de colher de atros destinos a flor apodrecida e deletéria. O baixo mundo que troveja e brama só nos mostra a caveira e só a lama, ah! só a lama e movimentos lassos... Mas as almas irmãs, almas perfeitas, hão de trocar, nas Regiões eleitas, largos, profundos, imortais abraços! Sousa, Cruz e. Poesias completas. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura, 1991. p.158. 1. (UFRJ) o texto confronta dois espaços para marcar a oposição “corpo e alma”. a) Retire do texto dois advérbios que explicam esses dois espaços. b) Transcreva duas expressões formadas por adjetivo(s) e substantivo que caracterizam esses espaços, identificando a que espaço cada uma se refere. 2. (UFRJ) Explique a visão de corpo em rela...