O ataque da Brigada Ligeira
Meia légua, meia légua
Meia légua faltava ainda
Ao vale da Morte todos
Cavalgavam os
seiscentos soldados
“Avante, Brigada Ligeira!
Atacai com as armas!” disse ele:
Para o vale da Morte
Cavalgavam seiscentos
soldados
“Avante, Brigada Ligeira!”
Por acaso um homem amedrontado havia?
Não, embora soubessem os soldados
Que alguém a
verdade não falava:
Eles responder não podiam,
Eles argumentar não podiam,
Eles obedecer e morrer podiam apenas:
Para o vale da Morte
Cavalgavam seiscentos
soldados
À direita, canhão,
À esquerda, canhão,
À frente, canhão
Atiravam e
rimbobavam;
Com tiros e granadas fulminados,
Sem medo audazmente avançavam
Da Morte para as garras,
Do Inferno para a boca
Cavalgavam
seiscentos soldados.
Num átimo, os sabres desembainhavam.
Os quais, no alto, cintilhantes,
Canhoneiros ali golpeavam,
Um exército atacando, diante
De um mundo
atônito:
Da bateria pela fumaça sufocados;
Cossacos e russos,
Vacilantes ante os sabres dos golpes,
Destroçavam-se e
partiam-se.
Recuaram em seguida, mas não –
Não os seiscentos
soldados.
À direita, canhão,
À esquerda, canhão
Atrás, canhão
Atiravam e
atroavam;
Por tiros e granadas fulminados,
Enquanto caem cavalos e heróis,
Logo eles, combatentes aguerridos,
Nas garras da Morte cair foram,
Da boca do Inferno de regresso,
Foi tudo o que restou
Desses seiscentos
homens.
Pode, algum dia, sua glória se apagar
Oh, temerário esforço despendido!
O mundo inteiro se
pergunta.
Honra à luta travada!
Honra à Brigada Ligeira,
Nobreza de
seiscentos heróis!
(Tradução de Cunha e Silva Filho)
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